quinta-feira, 16 de outubro de 2008

OS QUATRO MAGNIFICOS
















Quatro actores, quatro nomes a reter, representativos duma mesma geração, sendo o 1º deles o timoneiro desta magnifica fornada de talento.
Escolhemos estes quatro pelo seu contibuto para a ficção portuguesa e pelas jovens e excelentes carreiras no seio da nossa cultura.

Apresentamos um breve resumo sobre os seus percursos formais e profissionais, desafiando o/a visitante a deixar aqui connosco o seu comentário/acrescento ao trabalho destes Quatro Magnificos...



Ivo Canelas (23 De Dezembro de 1973) é um actor português.
Frequentou o The Lee Strasberg Theatre and Film Institute em Nova Iorque, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian.
Da sua actividade em teatro destaca o trabalho com encenadores como Diogo Dória, José Wallenstein, Solveig Nordlund, Fernanda Lapa, Luís Assis, Carlos Avilez, Sandra Faleiro ou Almeno Gonçalves. Foi dirigido por Jorge Silva Melo, entre outras, na peça A Queda do Egoísta Johan Fatzer de Bertolt Brecht (1999).
No cinema participou em quase vinte películas, entre elas La Reine Margot (1994) de Patrice Chéreau, Menos 9 (1997) de Rita Nunes, Entrada em Palco (1997) e É só um Minuto (1999) de Pedro Caldas, António, Um Rapaz de Lisboa (1999) de Jorge Silva Melo, A Dupla Viagem (2000) de Teresa Garcia, O Princípio da Incerteza (2002) de Manoel de Oliveira e Alice de Marco Martins (2005), tendo ainda trabalhado com outros realizadores, como Jorge Paixão da Costa, Oswaldo Caldeira, Francisco Manso, Leonel Vieira e António Pedro Vasconcelos.
Assinou alguns trabalhos em televisão, nomeadamente em telefilmes (2000 - Monsanto de Ruy Guerra, 1999 - Fuga de Luís Filipe Costa) e séries (1997 - Riscos). Popularizou-se em O Fura Vidas (1999), que protagonizava com Miguel Guilherme.



Felipe Duarte (5 de Junho de 1973), actor português.
Concluiu o Curso de Teatro – Formação de Actores, na Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa e frequentou o Curso de Formação de Actores do Instituto de Investigação e Criação Teatral (IFICT).
No teatro já interpretou autores como Gil Vicente, Mário Botequilha, Mia Couto, William Shakespeare e Albert Adelach, tendo trabalhado com os encenadores Adolfo Gutkin (Teatro da Trindade), Rogério de Carvalho, Geraldo Touché, Francisco Salgado, Carlos J. Pessoa (Teatro da Garagem), Laila Ripol (Festival de Teatro de Outono - Madrid) e Miguel Seabra (Teatro Meridional).
No cinema trabalhou com os realizadores Nuno Simões, Rita Nunes, António Pedro Vasconcelos (Os Imortais), Leonel Vieira (Um Tiro No Escuro), Mário Barroso (O Milagre Segundo Salomé), Margarida Cardoso (A Costa dos Murmúrios), Tiago Guedes e Frederico Serra (Coisa Ruim) e Luís Filipe Rocha (A Outra Margem).
Para a televisão destaca o telefilme Teorema de Pitágoras, de Gonçalo Galvão Telles e as séries A Ferreirinha, realizada por Jorge Paixão da Costa e João Semana, de João Cayatte, ambas para a RTP1.
Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Filipe_Duarte_(actor)"


Diogo Infante ( 28 de Maio de 1967) é encenador e actor português.
Ingressou em 1988 na Escola Superior de Teatro e Cinema, concluindo em 1991 o Curso de Formação de Actores.
Estreia-se no espectáculo As Sabichonas de Moliére, dirigido por Ruy de Matos no Teatro Nacional D. Maria II (1989). Trabalha no Teatro Experimental de Cascais com Carlos Avilez (1989 - A Morte de Danton de Buchner; 1990 - Rei Lear de Shakespeare; 1992 - Os Espectros de Ibsen). Com Rui Mendes, em 1990, participa em Sonho de Uma Noite de Verão de Shakespeare e As Suaves Alegrias da Felicidade Conjugal de Anton Tchekov. No Teatro Aberto interpreta Brecht em Ópera dos Três Vinténs (1992), participando também nas peças O Tempo e o Quarto de Botho Strauss (1993), Alguém Olhará por Mim de Frank MacGuiness (1994) e Quase de Patrick Marber (1999), sempre sob a direcção de João Lourenço. No Teatro Nacional D. Maria II salienta a participação em Rei Lear, na encenação de Richard Cottrell (1998).
Recentemente integrou o elenco das peças Romeu e Julieta de Shakespeare, encenado por John Retallack no Teatro São Luiz (2006); O Assobio da Cobra de Nuno Costa Santos, dirigido por Adriano Luz (2006, Teatro São Luiz); Laramie de Moisés Kaufman, que também dirigiu, no Teatro Maria Matos (2006); A Dúvida de John Patrick Shanley, encenação de Ana Luísa Guimarães (Teatro Maria Matos, 2007), Hamlet de Shakespeare, encenação de João Mota (Teatro Maria Matos, 2007).
Encenador, dirigiu no Teatro da Trindade O Amante de Harold Pinter (1992) e Segredos de Richard Cameron (1993); para o Teatro Villaret, Odeio Hamlet de Paul Rudnick (1996); para o Teatro São Luiz, Um Vestido para Cinco Mulheres de Alan Ball (1997); para o Teatro Nacional D. Maria II, O Jardim Zoológico de Cristal de Tennessee Williams (1999); para o Teatro Maria Matos Laramie de Kaufman (2006).
Estreou-se no cinema com Nuvem de Ana Luísa Guimarães (1992) - Prémio de Melhor Jovem Actor e Se7e de Ouro. Participou depois em filmes de Jorge Paixão da Costa (1994 - Adeus Princesa), João Botelho (1994 - Três Palmeiras), Luís Filipe Rocha (1995 - Sinais de Fogo), Joaquim Leitão (1997 - Tentação), Lúcia Murat (2000 - Brava Gente Brasileira), Leonel Vieira (1998 - A Sombra dos Abutres; 2001 - A Bomba), Ruy Guerra (2004 - Portugal S.A.), George Felner (2005 - Manô), entre outros, obtendo popularidade com Sweet Nightmare de Fernando Fragata (1998) e Animal de Roselyne Bosch (2005).
Para a televisão teve participações em diversas séries e novelas. Estreia-se em Por Mares Nunca Dantes Navegados (1991) e, seguidamente, aparece em A Banqueira do Povo (1993), Aquela Cativa que Me Tem Cativo (1995), Riscos (1997), Os Lobos (1998) ou Jornalistas (1999). A novela Jóia de África (2002) deu-lhe um terceiro Globo de Ouro, desta vez na qualidade de Melhor Actor de Ficção Televisiva. Trabalhou ainda como apresentador para a RTP1, nos programas Pátio da Fama (1995), As Canções da Nossa Vida (1999), Quem Quer Ser Milionário (2001) e Cuidado com a Língua (2006).
Vencedor dos Globos de Ouro como Melhor Actor de Cinema, em 1996 e 1998, salienta a nível internacional o Prémio das Nações Unidas em 1995; o Festival de Gramado atribuí-lhe o Prémio de Melhor Actor pelo seu desempenho em A Sombra dos Abutres, em 1999, ano da sua promoção como Shooting Star pela European Film Promotion.
Desempenhou a função de Director Artístico do Teatro Maria Matos desde 2006 até 2008, de onde se demitiu por falta de verbas para a conclusão dos seus projectos.
Diogo Infante será o próximo director artístico do Teatro Nacional D. Maria II, avança a imprensa desta terça-feira. A saída do actor da direcção do Teatro Municipal Maria Matos estará relacionada com o convite que ja lhe teria sido endereçado.


Marco D'Almeida (29 de Agosto de 1974) é um actor português.
Formado na Escola Profissional de Teatro de Cascais, prosseguiu os estudos dramáticos em Londres e Nova Iorque, como bolseiro da Fundação Gulbenkian. É com Carlos Avillez, no Teatro Experimental de Cascais que se centra marioritariamente a sua actividade teatral.
Participou em várias produções cinematográficas, como O Gotejar da Luz de Fernando Vendrell (2002), Manô de George Felner (2005), Coisa Ruim de Tiago Guedes e Frederico Serra (2006) ou 20,13 Purgatório de Joaquim Leitão (2006). Ultimamente tem-se destacado em produções televisivas para a TVI como Tempo de Viver e mais recentemente Ilha dos Amores do qual foi protagonista. Estreou-se na escrita (2008) nomeadamente para os Casos da Vida: é autor de " Polaróides da Minha Avó" que foi emitido no dia 23 de Março de 2008.


DADOS DA WIKIPÉDIA

sábado, 13 de setembro de 2008

Simplesmente ficção portuguesa

Conde de Abranhos


Manô



Tempo de Viver




João Semana




Pedimos desculpa pela falta de actualização do nosso blog. Factos alheios á nossa vontade (Faculdade, férias etc...) não nos permitiram reunir condições para o renovar constantemente. Prometemos que será diferente a partir deste post. A vida muda todos os dias...)
uma verdade incontornável que o público português quer e deseja assistir cada vez mais a ficção portuguesa de qualidade

A ficção portuguesa adaptada ao ecrã, baseia-se quase sempre em grandes obras literárias e best-sellers de renome. Uma história bem contada, incluindo romance, factos políticos e sociais de uma determinada época ou geração retratada fielmente tem seguramente êxito seja televisivo ou cinematográfico.

A boa ficção cria empatia ou força a uma identificação que tem a haver com correntes culturais e emocionais do público, é consistente na sua efabulação narrativa e gera uma singularidade muito própria,

Apesar das renovações estéticas dos últimos anos, a ficção tem de integrar-se no mundo pessoal do público que lê ou assiste, através de um amor frustrado, uma indecisão, uma ideia política, a morte, o ódio…todo um perpétuo movimento de factos e vontades que começa, acaba e recomeça.

Neste sentido se torna importante a implementação definitiva da ficção nas televisões portuguesas. Uma vez que a situação económica dos portugueses não lhes permite por vezes adquirir produtos culturais de qualidade, tem a televisão um papel preponderante na divulgação de obras fundamentais na nossa cultura promovendo deste modo um sentido do gosto e uma sensibilidade apurada.

Ficção e história são discursos que constituem sistemas de significação pelos quais damos sentido ao passado, e ao presente, sendo que ao ficcionar o presente, ao fotografá-lo, comprometemo-nos a um percurso ideológico e implicitamente a uma relação de causa-efeito, cabendo à ficção a função social de garantir uma possibilidade de contar, dar voz aos vencidos, lendo a realidade sob forma de denúncia, acreditando ser possível uma outra leitura diferente da do discurso do poder e servir como veículo de alienação ao mesmo tempo.

terça-feira, 1 de julho de 2008

INVASÃO DE PRIVACIDADE



" A autoridade é necessária para tutelar a liberdade de cada um contra a invasão de todos, e a liberdade de todos contra os atentados de cada um" - Cesare Cantú

Se a tua família decidir que o teu carro, o teu telemóvel ou a tua moto tem de ter um GPS para saber onde estás a qualquer momento consideras que estão a invadir a tua privacidade?

Com esta questão colocamos outras. Quais são os limites? Até que ponto não ultrapassamos o bom senso e derrubamos barreiras?
Existe um espaço em torno das pessoas que é uma zona particular, um "invólucro" próprio que cada um carrega em torno de si, uma espécie de "aura" que nos envolve e defende na qual qualquer entrada não desejada incomoda e ofende.
É uma zona de exclusão onde só é admitido quem queremos. Esta é a razão pela qual nos sentimos desconfortáveis no meio de multidões, em locais super-lotados ou quando alguém nos toca ao falar. O tamanho desta zona não é fixo, depende onde estamos, como nos sentimos, o que somos, quais as condições em que nos encontramos e o nosso estado de espírito.
Esse espaço expande-se se o local é vazio e pouco habitado e contrai-se se o local for reduzido e somos obrigados a conviver com outros.
Quando aceitamos alguém, algum animal ou objecto nesse espaço, fazêmo-lo por afecto, carência ou afinidade. Abraçamos quem amamos, seja o animal de estimação ou um objecto querido. Tudo o que esteja pra lá deste círculo íntimo é rejeitado pelo nosso invólucro. Pode ser uma couraça ou uma zona de exclusão, mas é sem dúvida nenhuma um campo de força que comandamos e que repele os intrusos.
Desde que o homem vive em sociedade, para sua própria sobrevivência, este espaço particular tem uma dualidade muito característica, pois é utilizado por nós para exteriorizar os afectos, o companheirismo e os compromissos com a vida social e ao mesmo tempo pode ser invadido por "estranhos", causando desconforto e por vezes conflito. É o preço da vida social. A vida moderna e a nossa opção em viver em aglomerados humanos apelidados de "cidades" acentuou extraordinariamente a invasão desta particular zona de conforto gerando stress diariamente.
Por exemplo o elevador é um local por excelência onde se evidencia a perturbação que nos causa a presença de estranhos tão perto de nós. Ninguém consegue evitar o atrito e podemos constatar in loco o que é realmente uma invasão de privacidade.










sexta-feira, 13 de junho de 2008

Receita rápida para fazer novelas....



Tem este post o prepósito de vos desafiar a falar/criticar ou mesmo incitar a escrever sobre novelas. Gênero ficcionista que inflacciona todos os canais televisivos generalistas um pouco por todo o mundo.
Em jeito de brincadeira deixamos abaixo uma receita ligeirinha sobre como iniciar a escrita de uma novela. Como por exemplo podemos ocupar os nossos tempos mortos em que muitas vezes nem nos apetece sair para beber um copo com os amigos...


RECEITA RÁPIDA PARA FAZER NOVELAS

Em 1º lugar devemos ter em atenção que para criar uma novela temos necessariamente que seguir uma chave matriz infalível que vamos sintetizar da seguinte forma: divide-se a novela em 3 categorias, a história, os locais, e as personagens necessárias. Estas 3 categorias por sua vez subdividem-se noutras.

A História

Não inventem. Nunca existirá novelas sofisticadas. A história principal arrasta-se durante todos os episódios e no final tudo acabará em bem.

Cruzada Pessoal

História de um indivíduo (ou família) que venceu na vida ou vai vencer (no fim da novela tudo se compõe). Esse indivíduo passa as passas do Algarve mas vingar-se -à.

Rivalidade entre familias

Duas famílias que se odeiam e lutam uma contra a outra até ao fim da novela. Não existem 3 ou 4 famílias em "guerra" apenas 2. Nunca se esqueçam desse pequeno pormenor, por isso não inovem ou incrementem algo que é simples. O par romântico principal obviamente será formado por 1 membro de cada família adversária. Esta é a velha história shakespeareana usada e abusada vezes sem conta.

Grandes Negócios

Ora aqui está um item importante. A empresa onde tudo acontece. Pode ser a fábrica de porcelana ou um grande centro comercial ou mesmo um Banco, tanto faz. Hã.. e todo o controlo accionário é sempre efectuado por meio de falcatruas.

História de Amor

Todas as novelas tem de ter invariavelmente uma história de amor. E o casal depois de muitos altos e baixos só se une no final (lembram-se do Tomé/Clara?)

Histórias Paralelas

Para prender o público durante vários meses com a mesma lengalenga é necessário alimentá-lo criando historiazinhas paralelas. Mas mantenham os olhos bem abertos na escolha do elenco, pois se algum protagonista ou história secundária se destacarem, têm de reescrever a novela!!! Nunca é demais lembrar o que aconteceu ao RVilhena com a história do Gonçalo/Raquel!

Núcleo Pobre/Núcleo Rico

A velha dicotomia. Não mudem este estado de coisas!!! É uma fórmula simples e resulta. Os pobres são bons e felizes e os ricos maus e infelizes. Porque é sempre triste viver num palacete e possuir um Jaguar é aborrecido. O que é mesmo bom é viver num Bairro social onde todos os vizinhos nos conhecem e se metem na nossa vida e estar desempregado.

Locais

Todas as histórias acontecem algures não é assim? Mas onde? Vejam...

Lisboa

È o melhor local pois os estúdios de gravação estão por perto.

Porto

Ideal para novelas que se querem "sérias". O Porto é conotado pela "cidade do trabalho" e todas as histórias aqui passadas são densas e dramáticas.

Interior


Nada de provincianismos! Os próprios habitantes detestam que os retratem desse modo!

Lugares Imaginados

Este é o local perfeito porque se pode inventar ao máximo. Personagens estranhos e bizarros onde se permite todo o tipo de loucuras.

Personagens Necessárias

Assim como não devem inventar nas outras categorias, também neste capítulo deverão seguir rigorosamente a tradição.

Tipos

Super-Bonzinhos

Herói/heroína sem defeitos. Quando cometem um erro pagam muito caro. Todos querem justiça, todos torcem por um final feliz. E tudo isso acontecerá no fim.
Tem de ser alguém pertencente ao Núcleo Pobre. Ou então alguém do Núcleo Rico que foi á falência mas que depois recupera como por milagre todo o seu dinheiro e volta a ser milionário/a.

Infinita Maldade

Vilão/vilã sem um rasgo de bondade. São quase sempre uma encarnação do Diabo. Praticam o mal apenas por puro prazer. No fim ou morrem ou acabam num hospital psiquiátrico. Têm de ser do Núcleo Rico. Também existem os mauzinhos/mázinhas do Núcleo Pobre mas quase sempre não passam de grandes intriguistas sem importância.

Os ambíguos

Este gênero de personagens surgiu com os tempos modernos. Não são totalmente bons nem totalmente maus. São humanos. Continuam a existir os heróis e os vilões mas as atitudes são menos básicas e assim os guionistas garantem o sucesso passando a imagem de criadores de dramas psicológicos intensos e profundos.

O Idiota Cómico

Pois é, todas as novelas têm o seu palhacinho. O herói das criancinhas, os seus gestos serão imitados e haverá depois programas televisivos que mostrarão o lado mais sério do actor. Mas o actor depois deste sucesso nunca fará mais nada de sucesso igual.

Boazona/Bonzão

É claro que tem de haver actores bonitos. Porque é necessário lançar a moda! Estão a ver agora a importância da CVieira e a sua campanha publicitária de lingerie? E as revistas cor de rosa também têm de vender! E procurem não transformar estes personagens em algo de muito elaborado criando-lhes diálogos brilhantes porque não é para isso que eles lá estão. Reservem-lhes cenas em que apareçam com reduzido vestuario ou que lhes realçem as formas. Funciona sempre não tenham dúvidas.

Estrangeiros

Não aparecem com regularidade mas se aparecem devem ser retratados utilizando 2 regras importantíssimas que não deverão ser quebradas:

a) serão caricatos

b) falam português fluentemente com ligeiro acento estrangeiro, conforme a nacionalidade e usam a língua de origem para as expressões mais simples. É de facto uma regra imbecil mas é a regra.
Dizem "olá", "adeus", "até logo" na língua original. Parece que aprendem tudo menos o que é mais fácil. Foi esta a fórmula genial que os guionistas inventaram para apresentar a nacionalidade a que pertencem.

Personagens Bizarros

Os meus personagens favoritos! São os personagens imaginários. O homem que voa, o lobisomem, a mulher que tem visões.

Tendo em conta todos estes ingredientes, bem cozinhados com uma boa dose de paciência e imaginação, garantimos que a Vossa novela está criada. Boa Sorte!!

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Recordar JOIA DE ÁFRICA.



Jóia de África

Viagem em busca das origens.


A Joia de África é a história de duas grandes paixões, a paixão por África e a paixão entre Joana (Sofia Alves) e Romão (Diogo Infante).

A história começa num momento de grande dramatismo, quando Romão descobre que não é filho das pessoas que sempre considerou serem seus pais. Quando está à beira da morte, a sua mãe adoptiva entrega-lhe um colar originário da zona de Zambeze... -“aí estão as tuas origens”... mas morre antes de lhe dizer quem é a sua verdadeira mãe.

É para África que Romão e o seu melhor amigo Domingos (Eric Santos), também africano, se lançam à procura das suas origens. E é aí que conhece Joana e um amor proibido e escaldante nasce.

O enredo de África desenrola-se nos finais dos anos 50 entre as contradições do colonialismo, com grandes revelações e grandes segredos, grandes mudanças previstas pela velha feiticeira da região e numa atmosfera de paisagens impressionantes.

terça-feira, 29 de abril de 2008

EQUADOR



Com a aproximação do começo das gravações da tão badalada série baseada no romance "Equador" deixamos aqui registados breves excertos que descrevem os personagens Luis Bernardo e o casal Ann e David.

Tinha 37 de idade, era solteiro e tão mal comportado quanto as circunstâncias e o berço lho permitiam ‑ algumas coristas e bailarinas de fama equivalente a todas as suspeitas, ocasionais empregadas de balcão da Baixa, duas ou três virtuosas senhoras casadas de sociedade, e uma muito falada e disputada soprano alemã que estagiara três meses em São Carlos e de que constava não ter sido o único frequentador. Era, pois, um homem dado a aventuras de saias mas também a melancolias. Aos 22 anos deixara o curso de Direito em Coimbra mas, para grande desgosto do seu já falecido pai, a sua projectada carreira na advocacia não fora além de um curto estágio no escritório de um reputado advogado de Coimbra, do qual saíra esbaforido e para sempre aliviado daquela suposta vocação. Regressara à sua Lisboa de sempre, onde se ocupara de dispersos ofícios, até ter herdado do pai a posição de sócio principal da Companhia Insular de Navegação: três navios, de cerca de doze mil toneladas cada um, transportando carga e passageiros entre a Madeira e as Canárias, o arquipélago dos Açores e as ilhas de Cabo Verde. A Insular tinha os escritórios situados num prédio ao fundo da Rua do Alecrim, os seus trinta e cinco empregados espalhados pelos quatro andares do edifício pombalino e ele próprio instalado num amplo salão, com duas janelas rasgadas sobre o Tejo, que vigiava com a atenção de um faroleiro, ao longo dos dias, dos meses, dos anos. Ao princípio, Luís Bernardo criara a ilusão de que dali controlava uma armada atlântica e quase uma parte dos destinos do mundo: conforme os telexes ou as comunicações‑rádio dos seus únicos três navios iam chegando, assim ele ia actualizando o seu paradeiro com pequenas bandeirinhas que espetava no imenso mapa de toda a costa ocidental da Europa e de África, que preenchia a parede do fundo. Depois, aos poucos, foi‑se desinteressando do paradeiro diário do Catalina, do Catarina e do Catavento, deixou de espetar diligentemente as bandeirinhas no mapa, embora continuasse a comparecer religiosamente às partidas e chegadas dos navios da Insular, na Rocha Conde de Óbidos. Só uma vez lhe ocorrera, por espírito de descoberta ou por dever de ofício, embarcar num dos seus navios: fora de ida e volta até ao Mindelo, em São Vicente, numa viagem tormentosa e desconfortável, para encontrar uma terra que lhe parecera desolada e absolutamente despida de qualquer coisa que pudesse interessar a um europeu do seu tempo. Explicaram‑lhe que aquilo não era bem África, antes um pedaço de lua caído ao mar, mas ele não se motivou a ir mais além, ao encontro dessa tal África de que lhe chegavam tantos relatos extasiados.

Ficara‑se para sempre pelo escritório da Rua do Alecrim e pela casa em Santos, onde vivia sozinho com uma velha governanta que herdara de casa dos pais e que sentenciava, volta e meia, que «o menino precisa de se casar», além de uma ajudante de cozinha, uma moça da Beira Baixa, feia como um porco‑espinho. Almoçava invariavelmente no seu clube de sempre, no Chiado, jantava no Bragança ou no Grémio ou pacatamente em casa, fazia serões de cartas com os amigos ou visitas sociais em casas de família, ocasionalmente o São Carlos, festas no Turf ou no Jockey. Era bem relacionado, espirituoso, inteligente, bom conversador. Tinha a paixão do estado do mundo, que acompanhava com a assinatura de uma revista inglesa e outra francesa e era, correspondentemente, fluente nas duas línguas, coisa rara na Lisboa desse tempo. Interessara‑se pela Questão Colonial, lera tudo sobre a Conferência de Berlim e, quando a questão ultramarina começou a ser objecto de apaixonadas discussões públicas, ainda como sequela do Ultimatum inglês, publicara dois artigos no Mundo, que foram amplamente citados e discutidos pela sua análise de uma rara frieza e equilíbrio, por entre o furor patriótico e antimonárquico dominante nos espíritos, em contraste com a aparente condescendência do Senhor D. Carlos. Defendia ele um colonialismo moderno, de matriz mercantil, centrado na exploração efectiva das coisas que Portugal tivesse capacidade para levar a cabo, através de empresas vocacionadas para a actividade em África, geridas com espírito profissional e «atitude civilizacional», e não mais «entregue aos desígnios dos que aqui não sendo ninguém, lá se comportam como sobas, piores do que os que encontraram, e não como europeus, idos da civilização do progresso, ao serviço do seu país».

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Descrição de Luis Bernardo

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Foi então que Ann o conheceu. Num domingo à tarde, nas enfadonhamente inglesas tardes do «AII India Cricket Club» de Dehli, onde as conversas eram exactamente as mesmas desde há duzentos anos, só variando a geração ‑ que não os nomes de família dos personagens envolvidos nas conversas. Ao contrário de David, Ann vinha de uma família que frequentava o «All India Cricket Club» de Dehli há quatro gerações sucessivas. Mas para Ann, o futuro não passava pela Índia, mas sim pela Inglaterra. Para ela, o coronel Rhys‑More reservara um futuro diferente e especial, com algum Lord de passagem pelas índias, a quem a beleza, a inteligência, a educação perfeita e as qualidades de sociedade da filha não deixariam, quando a oportunidade se apresentasse, de atrair e de largamente compensar a insuficiência do seu dote e a ausência de título de nobreza familiar. Quatro gerações de antepassados dedicados ao serviço da índia e dois irmãos alistados no Exército que combatia pelas fronteiras do Raj nos traiçoeiros desfiladeiros do Khyber Pass, assim como a sua virtude e os seus dons naturais, faziam dela, aos olhos do coronel e da sua esposa, um muito aceitável e recomendável contrato de casamento. Ann não fora educada para conhecer e amar a índia, mas sim a distante Inglaterra onde jamais pusera o pé. Tinham‑lhe ensinado que a terra onde nascera e crescera, onde se fizera mulher, era apenas um lugar de passagem em direcção às ruas, aos restaurantes, aos salões, à vida dessa mítica cidade de Londres, que só conhecia das revistas que o coronel assinava com a devoção inquebrável de um servo que queria estar a par das notícias sobre o amo.

Tudo isso se desmoronou num dia. No dia em que ela conheceu David Jameson. A sua programada distância, o seu aconselhado recato desabaram, como um castelo na areia, sob o efeito da fúria, da ambição, da vida, que jorravam do olhar, da voz, dos gestos, da descontrolada veemência que irradiava dele. Em cinco horas que conversaram, dançaram, jantaram e tentaram em vão fingir‑se distraídos com outras coisas ou outras pessoas, ela ficou a saber mais da índia do que tudo o que tinha aprendido em vinte e cinco anos de vida nessa terra.

Ele era um jogador: um jogador compulsivo de cartas, um vício largamente alimentado nas noites do clube dos oficiais ingleses em Bangalore, e um jogador em relação à própria vida. A Índia tinha‑lhe cimentado o gosto pelas grandes jogadas, as grandes apostas, a fé na cartada do destino e o gosto pelo risco e pelas atitudes de tudo ou nada. Era como se não houvesse tempo a perder, como se tudo devesse ser jogado em cada cartada, em cada oportunidade, em cada brecha que os outros abriam: tinha pressa de viver, de forçar as coisas a acontecer, em lugar de ficar à espera que a fortuna lhe batesse à porta. Era isso que fazia a sua atracção, a necessidade compulsiva que tantas mulheres sentiam de se aproximar dele, o que desarmava os adversários, o que deixava os outros ‑ os que concorriam com ele na carreira, no amor ou na mesa de jogo ‑ sem saber como aparar os seus golpes, como acompanhar as suas apostas. Foi isso que lhe pôs Ann aos pés, nessa mesma noite. Quando ele a levava a casa, num rickshaw coberto puxado por um sikh, a quem ele tinha dado uma discreta ordem para não se apressar, e, de repente, lhe segurou a mão, mergulhou fundo nos olhos dela e lhe disse: «podemos seguir as convenções e ficar por aqui, agora, ou podemos começar já a não perder tempo. De uma maneira ou de outra, você é a mulher da minha vida e nunca mais me vou embora da sua vida. A escolha é sua e é a de adiar ou não o que é inevitável», ela percebeu que ele tinha razão, que era inútil estar a adiar o que já não tinha mais solução nem fim à vista. Assim, ela rendeu‑se, entregou nessa noite quente e húmida de Dehli tudo o que tinha acumulado em vão de ensinamentos e cautelas, de reservas e planos de futuro. Foi como se tivesse nascido verdadeiramente nessa noite e tudo o que estava para trás na sua vida não tivesse sido mais do que um inútil exercício de previsão contra o destino. E ele colheu tudo. Não com a delicadeza de quem colhe uma flor num jardim, mas com a voracidade de quem devora o jardim inteiro.

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Em menos de dois meses, e sob a ameaça de um escândalo latente, Ann Rhys‑More e David Jameson estavam casados. E, com o passar dos meses, a tão temida gravidez pré‑nupcial, que tinha aterrorizado o coronel seu pai, revelar‑se‑ia um perigo sem fundamento: David era estéril, como o revelaria uma consulta médica de rotina. A sífilis, que tinha contraído no bordel do marajá de Bangalore e que julgara curada sem nada mais do que a recordação das dores lancinantes que padecera e dos tratamentos humilhantes a que tivera de se expor, afinal deixara para sempre uma marca incurável no corpo e no amor‑próprio. Apesar de tudo, foi Ann quem melhor suportou essa notícia: «não troco o homem que amo e que mais admiro por um pai em potência» ‑ explicou a si própria, às amigas e aos pais. Essa foi a primeira vez que Ann prometeu a si mesma que não deixaria nunca o marido.




domingo, 13 de abril de 2008

EQUADOR - Oficina do Livro (2003)

Angariando os maiores elogios por parte da crítica e dos que escrevem, Miguel Sousa Tavares, através do seu estilo acessível, directo, frontal e cativante criou um fabuloso romance que se debruça sobre o trabalho escravo numa época em que a escravatura se encontra já abolida por lei.

Situando-se nos ínicios do Séc. XX entre Dezembro de 1905 e de Janeiro de 1908, o romance tem como personagem principal, Luis Bernardo Valença, indivíduo solteiro, culto, dandy nos gostos e hábitos que é convidado pelo rei D. Carlos para o cargo de Governador Geral de S. Tomé e Príncipe, tendo a sua nomeação como objectivo convencer a opinião pública inglesa, na pessoa do Cônsul Britânico local que a prosperidade vivida por aquela colónia não se baseava no trabalho escravo mas em mão de obra vinda de Angola. Essencialmente "Equador" procura desmistificar a idéia de "brandura" do colonialismo português, pois imperava uma falta de liberdade prática, uma vez que Portugal nunca assimilou muito bem o final da escravatura nas suas colónias. Os Contratos de Trabalho não passariam de mera formalidade.
Luis Bernardo é em suma um representante do Portugal Novo que se estava a construir na altura, embora não de uma forma organizada, revelando as mudanças mentais que sempre foram o maior desafio do nosso país e que infelizmente apenas uma minoria os aceita.
Paralelamente aos factos históricos e políticos da época, assistimos ao percurso pessoal de Luis Bernardo, aos seus amores e desamores...primeiro com Matilde uma portuguesa bem casada, depois com Ann esposa do Consûl Britânico, mulher dada aos prazeres sensuais da carne com quem vive uma paixão avassaladora e proibida.

Romance de paixoes extremas e convicções fortes e inabaláveis, Equador permite através de Luis Bernardo recriar as misérias e grandezas da alma humana, as suas qualidades e vícios, ambições e receios e as pequenas "estórias" que se escondem por detrás da História.

sábado, 29 de março de 2008

Opiniões...sensibilidades.



Dispusemo-nos a colocar aqui a compilação de comentários sobre o que pensamos deste actor...
Dirão talvez que não é oportuno a esta altura, mas tudo vale a pena quando a alma não é pequena, como dizia F.Pessoa.
Todas as ocasiões são óptimas quando se pretende, não exaltar, mas falar de alguém que executa o seu trabalho na perfeição.
Em baixo manifestamos as nossas opiniões que são também um retrato nosso, porque nas entrelinhas abrimos um pouco a porta da nossa sensibilidade.


KELLY

O que leva uma pessoa a pisar um palco e expôr-se a uma plateia de desconhecidos? Não debitar um texto apenas, mas retorcer-se todo, respirar dificilmente e deixar o rubor subir-lhe ás faces?
A resposta é fácil mas não redutora. Vocação. Capacidade de vestir outras peles e de lhes dar voz. O que me atraiu no Marco D'Almeida foi a expressão fisionómica deste actor, que reflecte o estado emocional dos personagens que intrepreta, como a atitude corporal, as inflexões, o comportamento cénico.
Reproduz no seu rosto diversas máscaras que são no fundo o passaporte para ele e para nós para mundos imaginários.
Tive a oportunidade de ver umas fotos do seu trabalho em "Quando os Lobos Uivam" e fiquei pasmada com a transformação. Assemelha-se a um boçal de higiene duvidosa, um homem rude do campo de poucas falas e muita força.
Como Gonçalo era um homem arrogante frio e implacável, como todos os homens de negócio que não têm tempo a perder...
Já com o Tomé mudou para um inadaptado, inseguro, emocionalmente dependente de quem gostava...
O convencimento que transmite como uma corrente de energia é tão real que estamos ali com ele a vivenciar toda a experiência.
Este talento, vocação, veia, sei lá, é algo natural que nasce connosco, assim como o dom de cantar, de pintar, de escrever...
É fundamentalmente este dom que admiro nele.


PASSION

POIX!!!Marco,
Dexde ke te dexkubri kumu aktor , a minha opinião xobre ox aktorex e xériex portugax mudaram kompletamente..Kumexei a ver tudu kom outrux olhinhux...
A tua melhor perxunaxem até agora foi o Gonxalu!! Ximplexmente arraxaxte!
Adurei verte au vivu em " The Pillowman".Foi uma experiênxiaxinha ke nunka exkexxerei!!
Éx u melhor aktor da tua Xeraxão!
Kixxex!


ANDREIA

O Marco é alguém muito especial!É um grande, grande actor, para muitos o melhor, Não deixa ninguém indiferente com a sua magnífica arte de representar..
Há pouco mostrou-nos mais uma faceta do seu talento : escritor.
Foi uma agradável surpresa. O seu talento é enorme...


RACHEL

Já escrevi muita coisa sobre o que penso sobre o actor Marco D´Almeida.
Nunca é demais salientar o seu enorme talento e a sua versatilidade espantosa sempre que se " põe" na pele se uma nova personagem!
É o actor português que mais empatia cria com os espectadores. Simplesmente fora de série!Dificilmente encontramos actores que consigam seduzir o público tão completamente!
Criou personagens que são autênticas obras primas. A personagem Gonçalo é inesquecível e é , sem dúvida, a melhor personagem masculina de sempre da ficção portuguesa.
Espero, sinceramente, que o Marco tenha uma carreira fantástica e que continue sempre ao seu melhor nível!
Beijokas.


CHIBI


Falar sobre o Marco é porventura um assunto que mexe com as emoções. Dotado de um talento que poucos têm e de uma beleza cativante, despertou-nos com a sua brilhante e viciante interpretação como Gonçalo Martins de Mello, em "Tempo de Viver". A partir desse momento (re)conquistou novos fãs que o acompanham com muito carinho.
Regressou como Tomé, na telenovela "Ilha dos Amores" e pelo meio ainda teve tempo para majestosamente representar no teatro com a peça "Pillow Man".
Marco nasceu em Moçambique e com apenas 34 anos já provou o seu grande talento, tanto como actor e agora também como argumentista.
"Polaroides da minha avó", foi a sua primeira incursão na escrita a ganhar a luz do dia, mostra a sua incrível sensibilidade para questões por vezes complexas do foro sentimental.
Já foi Romeu, Alferes, Fotografo e Tubarão ,lolol, qualquer desafio proposto, Marco supera com grandiosidade, entregando-se com devoção a cada papel. A sua versatilidade decerto nos continuará a surpreender juntamente com a sua criatividade de conseguir entrar nas personagens que aceita desempenhar.
Por enquanto os fãs esperam e desesperam para que Equador comece e que encha a T.V com o seu génio rebelde indomável.


quarta-feira, 19 de março de 2008

Inveja...desgosto ou pesar pelo bem ou felicidade do outro. Desejo violento de possuir o bem alheio.



A inveja é o sentimento mais desprezível e dissimulado da alma humana.
É constituido na sua essência por um conflito. A aversão a si mesmo e o desejo de auto-valorização, de tal forma que a alma assim dividida fala para fora com a voz do orgulho e para dentro com a voz do desprezo.
Confessamos o ódio, a humilhação, o medo, o ciúme, a tristeza, mas inveja nunca. Se admitissemos a inveja ela deixaria de existir imediatamente e transformar-se-ia em franca competição ou desistência resignada. A inveja alimenta-se do facto de ser sempre oculta.

Tornamo-nos invejosos quando desistimos dos objectivos que almejávamos, por intimamente acreditar que não os merecemos. Não é o falhar os objectivos que é doloroso, mas sim a falta de mérito.

Nasce então a necessidade de desapreciar esses objectivos de destruí-los ou substituí-los por simulacros medíocres, atribuindo-lhes mais valor que os originais. É precisamente nas dissimulações que a inveja se revela da forma mais clara.
As formas de dissimulação são muitas, mas a inveja essencial tem como objecto os bens espirituais, porque são abstractos e impalpáveis e muito mais aptos a despertar no invejoso um sentimento de exclusão irremediável, que o transforma em vida num condenado ao Inferno.

Como combater um dos 10 pecados mortais?

A virtude não se ensina segundo Platão e Sócrates. É uma qualidade primária, uma característica variável consoante o nível de evolução do ser pensante, que sente que reflecte e age.
Para combater os maus sentimentos, nada melhor que explorar e melhorar as virtudes. O acto de reprimir os maus pensamentos é sempre louvável mas se não for acompanhado por um processo de auto-conhecimento não terá sentido.

Sem uma atitude racional e sem bom senso, resta-nos a hipocrisia, a repressão cega e insensata com o verniz da virtude piedosa.

sábado, 8 de março de 2008

IMAGEM : uma imagem é melhor que mil palavras..

Atitude, aparência e coerência na comunicação visual e verbal são ferramentas essenciais para uma imagem credível. Melhorar, controlar a impressão que transmitimos aos outros é um activo que devemos analisar, desenvolver e rentabilizar de forma inteligente.

Erradamente toda uma indústria ligada á cosmética, moda, cirurgia plástica e mundo do espectáculo, cultiva neste último século a sobrevalorização do corpo como imagem. Mas uma imagem exterior, superficial, visando principalmente o público feminino.
Nos últimos anos este "culto do corpo" tornou-se numa preocupação generalizada que atinge todas as mulheres independentemente da faixa etária, classe social ou religião. O ideal de beleza sofreu alterações radicais e a todo o instante somos confrontadas com celebridades anoréxicas, com corpos moldados á custa de greves de fome sucessivas, estabelecendo um terrorismo psicológico porque se vivencia uma autêntica ditadura da beleza, em que o corpo é o alvo de todos os sacrifícios.

Contudo é forçoso salientar o quanto é importante a nossa imagem, porque é através dela que os outros nos julgam e avaliam.
Mas a imagem pessoal constroí-se com base em premissas que não se esgotam no que vestimos e no que comemos. É muito mais abrangente, porque transmite a forma como nos relacionamos, o nosso nível social e profissional, a nossa forma de estar.
Já dizia Tom Ford: " o funcional no vestir é secundário; o essencial é a expressão do indivíduo."
A construção de uma boa imagem pessoal segundo os especialistas está relacionada com dois conceitos básicos : dualidade e credibilidade.
A 1ª significa se as pessoas têm uma boa imagem ou não, a 2ª significa que uma boa imagem passa por transmitir confiança e auto-estima.
A nossa imagem pessoal é formada em três momentos distintos:

1ª - A primeira Impressão
2ª - A Imagem Inicial
3ª - Manutenção da Imagem

Para se formar a 1ª impressão há quem diga que são apenas necessários 3 segundos. O que o influencia esta 1ª impressão? O conjunto da imagem, a voz, o vocabulário empregue, a linguagem corporal. Para além disso a aparência e o vestuário conta e o que mais chama a atenção além dos tradicionais traços de higiene pessoal, é a expressão facial.
A imagem inicial reune os nossos comportamentos, hábitos, postura, ética, conhecimentos, habilidades e competências, que temos de utilizar correctamente para conquistar a confiança e credibilidade dos outros.
Quanto à manutenção da imagem... este momento ocorre quando a nossa imagem já está formada. Questionamo-nos. Será que sabemos realmente como os outros nos vêem?
Se sim, então não nos devemos preocupar...no entanto a melhoria da imagem deve ser contínua e constroí-se com progressivas e pequenas conquistas e não apenas com uma grande conquista.

A Imagem Pessoal é a nossa reputação. Sabendo gerir uma boa imagem melhoramos a nossa auto-estima, o desempenho social e profissional e consequentemente o nosso poder de comunicação, bem como a nossa influência.











sábado, 1 de março de 2008

O Prazer de falar dos outros...

A minha vizinha tem um filho deficiente. Deficiente profundo.
Este facto dramático submeteu-a a uma dedicação exclusiva ao seu único filho. Permanecer em casa todos os dias tornou-se num hábito penoso.
A sua sala de estar tem uma enorme varanda, visto o prédio ser de gaveto, composta por várias janelas. Daquelas janelas a D. Adozinda assiste á vida ruidosa do bairro. Vê os autocarros a chegar e a partir, os dois cafés a disputarem clientela, a papelaria onde se pagam as contas do gás do telefone da luz e da água e se joga o euromilhões, o velho Clube, os rapazes heavymetal que numa garagem próxima ensaiam estrondosamente, as crianças que brincam no jardim e as que vão para a escola e o mercado.
Resta acrescentar que é costureira. Dedica-se principalmente a "fabricar" cortinados muito elaborados, mas também faz uns vestidos, uns camiseiros, umas saias para as senhoras das redondezas. A D. Adozinda não necessita de sair de casa para saber que o Sr. Joaquim está no hospital e que a loira sensual do bairro se amantizou com o dono de um dos cafés, pois através das suas janelas e do que as clientes acrescentam ela sabe tudo.
A minha vizinha passa assim o tempo e diverte-se muito porque sente a satisfação de deter alguma informação.


A bisbilhotice está relacionada com a observação quase vouyerista do quotidiano alheio que abrange também todo um falatório, uma conversação, baseados no desdém, má-língua, juizos de valor etc.
Numa era em que a comunicação e informação alimentam a curiosidade e o interesse acerca da vida dos outros, em que tudo se enquadra num contexto nacional e internacional, no que diz respeito a jornais, revistas, programas televisivos e internet, questionamo-nos: Será a bisbilhotice um defeito? Uma falha de carácter?
Este facto social tem uma base genética que caracteriza todos os animais, pela simples razão de constituir-se como resultado da curiosidade típica do ser humano.
A curiosidade intensifica as relações interpessoais e tem funções específicas. Toda a gente já bisbilhotou ou foi alvo de bisbilhotice. Já ironizou, questionou, criticou, foi vouyerista, através da constante invasão de privacidade, promovida pelo interesse colectivo em saber da vida dos demais.
É puro instinto de sobrevivência. O mexerico, a má-língua, a devassidão da vida dos outros terão nascido mal o Homem aprendeu a comunicar. E são benéficas.
Senão vejamos: os que se interessavam pelo o que acontecia aos outros tinham grandes vantagens sobre os que não se importavam com este tipo de informação. Quando as pressões da evolução da espécie fizeram surgir a competetividade, a bisbilhotice tornou-se inevitável. Apareceu para que os indivíduos estivessem informados sobre os seus semelhantes ou rivais. Quando se é inteligente sabe-se que o grau de sucesso social está relacionado com o grau de informação que cada indivíduo tem.
O 1º sucesso social é o do acasalamento, quanto maior é a quantidade e a qualidade da informação que se tem sobre os outros, maiores as hipóteses de se escolher bem o parceiro/a com quem se vai reproduzir, além de mais facilmente se espantar os rivais.
Conhecer o outro permite aos indivíduos compararem-se com eles, reforçando a sua auto-estima.
Podemos concluir que a bisbilhotice é universal porque é útil do ponto de vista psicológico e social.
Comparações e bisbilhotice são o resultado de pressões da evolução e as duas estão relacionadas porque são estratégias que podem aumentar o estatuto.
Surpreendidos?









segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Amor Próprio.


O segredo é não correr atrás das borboletas é cuidar do jardim para que elas venham até nós...

Por vezes sentimo-nos indiscutivelmente amados mas pouco considerados. E o amor e consideração necessitam de andar de mãos dadas para alimentarem o nosso ego.
Ser amado e não ser admirado, infantiliza, mas ser estimado sem se sentir apreciado é frustrante.
A auto-estima é um processo complexo para o qual não existe um só conceito. Na generalidade define-se como uma estima que a pessoa possui em relação a si própria ou mesmo o afecto que nutre por si. É a forma como olhamos para nós. Se gostamos ou não de que vemos. É um juizo que formulamos sobre a nossa pessoa. Se for positivo somos seguros e eficazes, sentimo-nos bem connosco e capazes de enfrentar desafios, se é negativo traz sofrimento, bloqueia todos os campos da nossa vida.
Existem três características fundamentais para obter a auto-estima: Autoconfiança; imagem de si próprio; gostar de si mesmo.
Tendo estes três pilares equilibrados possuimos uma auto-estima harmoniosa. Gostamos de nós, apesar das nossas limitações e imperfeições, insucessos e contratempos, porque somos dignos de respeito e amor. E esse conforto espiritual protege-nos das derrotas, sofrimento e incertezas que fazem parte da existência e sustenta a força necessária para nos reerguermos.
A percepção que temos de nós também é feita com base nos olhares dos outros sobre a nossa pessoa.
O papel dos outros, a sua opinião o que pensam de nós pode influenciar a construção da auto-estima, consoante a importância que estes têm na nossa vida. Os irmãos, sobretudo o mais velho tem um papel crucial na organização da nossa auto-estima, mas se levarmos muito a sério uma opinião e não somos capazes de a confrontar com a realidade e se aceitamos que aquilo que o outro diz sobre nós é a nossa realidade então estaremos a ser penalizados.
Quanto mais inseguros mais dependentes ficamos dos outros e do exterior.
Também é possível que em determinadas áreas da nossa vida possamos alternar a baixa e a alta auto-estima. Podemos ser profissionalmente brilhantes e a nossa vida pessoal ser um autêntico fracasso.
No entanto podemos sempre melhorar as nossas capacidades, aperfeiçoar a relação connosco e com os outros, pois a auto-estima não se reduz apenas a sentirmo-nos bem connosco próprios. Se isto acontecer corremos o risco de nos tornarmos egoistas e arrogantes.

" Um mendigo dos arredores de Madrid esmolava nobremente. Disse-lhe um transeunte:
- O senhor não tem vergonha de se dedicar a mister tão infame, quando podia trabalhar?
- Senhor, - respondeu o pedinte - estou a pedir dinheiro e não conselhos. - E com toda a dignidade castelhana virou-lhe as costas."

(excerto sobre a A Subjectividade do Amor-Próprio de Voltaire).












quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Cinema português.

Cinema: uma linguagem moderna de comunicação que seguramente não se esgotará....

Cinema Português

Tudo começou no Porto em 1896 quando Aurélio Paz dos Reis, empresário, iniciou a projecção das 1ªs curtas metragens amadoras, baseadas no fime dos Irmãos Lumiére - A Saída do Pessoal Operário da Fábrica Confiança.
Desde essa época até aos dias de hoje o cinema passou por um percurso irregular e dessassogado, influenciado por conjunturas políticas e sociais e movimentos artísticos e filosóficos.
Os filmes dos anos 30 que ainda hoje passam na Tv, que são tão do agrado do grande público, constituiram um sucesso com Lopes Ribeiro, cineasta do regime, a fazer O Pai Tirano e seu irmão, Ribeirinho, o Pátio das Cantigas. Outros realizadores da época aventuraram-se também neste gênero de filme surgindo assim a Aldeia da Roupa Branca, o Costa do Castelo, A Menina da Rádio. O regime fascista apercebendo-se da importância do cinema como veículo de propaganda da sua ideologia e política, acarinha e protege o cinema. O público acorre ás salas e actores de revista transformam-se em ídolos da maior parte dos portugueses.
Com o 25 de Abril o cinema ganha outra dimensão pela liberdade adquirida que revolucionou as práticas sociais e culturais e pelo papel da RTP na divulgação de obras cinematográficas, particularmente os documentários.
Os anos 80, aclamados como os anos de ouro, são considerados muito profícuos porque com as consequências da revolução dos cravos, o volume das produções aumentou com as suas inovações e diversidade nos conteúdos e formas. Assiste-se a êxitos de bilheteira com filmes como O Lugar do Morto, de António Pedro Vasconcelos, Kilas o Mau da Fita e a Mulher do Próximo de José Fonseca e Costa. Estes êxitos são importantes na afirmação de certos realizadores que defendem um cinema para o grande público como sustentação e sobrevivência do cinema Português.
O modo de fazer cinema provocou grandes cisões entre os que defendem o cinema de autor e os que defendem o cinema comercial.
O novo cinema português influenciado pela nouvelle vague francesa tem preocupações mais estéticas do que políticas. Sobrevaloriza-se a realização em relação á história. Interessa-lhe mais a relação do décor com o personagem e o tratamento da matéria cinematográfica. É um cinema virado essencialmente pelo trabalho dos espaços, os décors, as cores, as matérias, não desejando ser "lido" pela intriga e pelos actores.
Existe um exacerbamento de materiais filmicos em completa ruptura, talvez desejada, de comunicação com o espectador. Recusam o cinema como indústria, contrapondo o cinema como 7ª arte.
Mas esta preocupação com a arte, esta forma de desestruturar o realismo, afastou o grande público com o qual este tipo de filmes tem díficil relação. O espectador mais escolarizado está habituado a um realismo narrativo-dramático, sobretudo devido á esmagadora maioria de filmes que se exibem nas salas de cinema e na televisão. Este divórcio é o calcanhar de Aquiles do universo do cinema português. A resistência e intelectualização do novo cinema criou uma distância entre o público e o cinema. Pois se o 1º concebe o prazer de ver cinema para quem sabe ver e apreciar distanciadamente, o 2º caracteriza-se pelo prazer precedendo o juízo.
Com a mistura de novos gêneros e linguagens, o vídeo e a televisão entram em força no reino do cinema deixando-o no meio de uma encruzilhada.
O público é manipulado pela brejeirice das televisões que lhe condiciona o "gosto". O cinema sofre da concorrência do pequeno écran, concorrência esta de ordem conjuntural e cultural.
No entanto o mundo é composto de mudança e com a era digital, da aproximação do pequeno écran ao grande écran, com a banda-larga e o progresso de novos suportes áudio-visuais, deve-se encarar o futuro com optimismo e confiança.
O fenómeno da globalização é transversal a todo o sector de actividade humana, nomeadamente o cinema, apesar de todas as desvantagens que daí possam resultar, este pode ser estimulante e uma alavanca para que o interesse se desenvolva á volta da indústria cinematográfica. No contexto europeu existem projectos conjuntos e parcerias de know-how que podem catapultar o desenvolvimento do cinema português.

O caminho faz-se caminhando...














quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

O Beijo.


O Beijo


"...desde o sopro divino de Deus em Adão, passando de Judas em Cristo, até aos beijos dos contos de fadas, o acto de beijar está sempre presente nos momentos marcantes da História, das Artes e da Literatura..."


Jonh C. Rice e May Erwin deram o 1º beijo cinematográfico da história do cinema no filme The Kiss (O Beijo) em 1896. Desde que o protagonizaram á frente das câmaras o beijo passou a ser regra no cinema. Muitas vezes é a cena mais aguardada pelos espectadores. No entanto foi um beijo meramente figurativo, de encosto de lábios não reproduzindo quaisquer sentimentos ou emoções. A evolução do beijo cinematográfico atingiu o seu ponto mais alto já na década de 50, quando Deborah Kerr e Burt Lencaster protagonizaram o beijo mais longo de todo o cinema numa praia deserta no filme intitulado "Um passo para a Eternidade" que provocou grande celeuma tal foi o escândalo produzido.

O Beijo é um elemento crucial para tornar uma cena memorável no cinema. Muitos clássicos são recordados por interpretações românticas ou selvagens que acabam num caloroso beijo na boca.
Seja em filmes de super-heróis, desenhos animados, homens e animais, crianças, de cabeça para baixo, o beijo tem o seu espaço garantido porque alimenta o nosso imaginário...

Entretantos estes beijos não são verdadeiros. Não são sentidos, apenas representados com intensidade, tornando-se inesquecíveis, alimentando-nos a ilusão do beijo prometido, aquele que ansiamos por trocar com alguém na expectativa de criar um momento único, dourado. Um toque divino e efémero por isso se deseja demorado. Contudo um beijo é sempre um beijo e conhecemos histórias de actores que após contracenarem em cenas mais envolventes acabam juntos na vida real.

A cultura ocidental influenciada pela moral judaico-cristã que em muitos períodos históricos considerou o beijo como pouco higiénico e pecaminoso, transformou o beijo em prática comum. A ficção apenas reproduz a realidade e o beijo apesar de nos fazer sonhar é sempre banal...






segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Resultado do Inquérito ao Casal Sensação

Raquel/Gonçalo - 130 votos (56%)
Clara/Tomé - 99 votos (43%)

Resultado do Inquérito ao Casal "Sensação"

Findo o último dia de votação do Inquérito, temos como resultado o seguinte: Raquel/Gonçalo (par da TDV) com 130 votos e Clara/Tomé (par da IDA) com 99 votos. Trinta e um votos de diferença a favor do 1º par.

O que concluir?

Evidentemente que o par da TDV "revolucionou" até agora o conceito de pares apaixonados que têm vindo a aparecer nas novelas portuguesas.

Foi um par que rompeu com o estereotipo conhecido de casais em novela. Gostavam muito um do outro, eram profundamente amigos, tinham um relacionamento saudável e eram deveras sensuais na concretização do seu amor.
Mesmo a conquista da confiança um no outro e a luta que travaram contra as respectivas famílias para ficarem juntos, demonstrou claramente que o seu sentimento era sólido. Jamais assistimos a qualquer hesitação de ambos em alcançar a felicidade custasse o que custasse. Essa segurança, esse objectivo, marcou o público habituado a casais periclitantes nas questões amorosas que tanto surgem nas novelas.

Raquel/Gonçalo marcaram pela diferença e pelo entendimento perfeito entre os dois actores.

Já o casal Clara/Tomé era mais uma vez uma réplica de casais cujos amores contrariados são profundamente explorados em novelas. Uns melhor do que outros. Na nossa opinião este foi um daqueles casais que poderia ter sido "soberbo" dada a qualidade e empenhamento dos dois actores, mas cujos autores não souberam utilizar. Eram românticos, amorosos, altamente emocionais, capazes de alternar momentos de grande ternura e afecto por raiva e ódio sem limites, tal era a intensidade dos seus sentimentos, sempre muito bem representados.

Ganhou o melhor.





sábado, 2 de fevereiro de 2008

Ficção Portuguesa

Estreia a 1 de Fevereiro, por ocasião do centenário da morte de D. Carlos e D. Luís, o principe herdeiro, a nova série portuguesa intitulada "O Dia do Regicídio" na RTP1.

Notamos com agrado que a estação pública, tem vindo a fazer um esforço notável por fazer cada vez mais ficção portuguesa com maior rigor e qualidade. Veja-se o exemplo da série de época (recente) "Conta-me como foi".

No universo televisivo nacional as apostas tanto da estação pública como das privadas, relativamente á ficção nacional, estão direccionadas para as novelas. Produto de consumo imediato, mais acessível economicamente e que garante audiências. Para muitos lixo televisivo que prolifera há demasiado tempo no panorama das tv's.

Curiosamente constatamos o distanciamento das novelas relativamente á realidade que pretende reflectir. São geralmente, de cariz tradicionalista e conservador, misturando algumas componentes modernistas. Falam do divórcio, da infedilidade, da homosexualidade, mas representam-nos ou muito superficialmente ou exacerbadamente, subentendendo uma ambiguidade de valores. Não existe meio-termo. Apercebemo-nos contudo que todas elas seguem um padrão moral que acaba por cair na eterna dicotomia: o bem e o mal.

Apesar dos seus elevados custos algumas estações esforçam-se por produzir outros formatos de ficção, as séries, porque têm um público fidedigno e mais exigente e talvez porque não aventurar-nos a dizer, se registe algum "cansaço" por parte do mesmo, ás novelas que proliferam em todos os canais, para os mais variados gostos...

O Dia do Regicídio marca também a estreia do novo Director de Programas da RTP e irá ajudar-nos a compreender a época histórica e política do ínicio do Séc. XX.





quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Sedução.....

SEDUÇÃO

Definição no Diccionário

(Substantivo feminino)

1 . acto de seduzir ou de se deixar seduzir
2. qualidade do que é sedutor
3. atractivo; encanto
4. suborno
5. manobra tendente a vencer a resistência de alguém à prática do acto sexual


O que é a Sedução?

Ela faz parte da vida e como tudo o que é natural, surge para dar continuidade à espécie humana.
Todos os seres humanos são sedutores por natureza e a todo o instante utilizam esta capacidade insconscientemente ou não.
A sedução é um enigma à espera de ser resolvido: O outro é um mistério a desvendar e para o seduzir basta tornarmo-nos também um mistério para ele. Desvia-se o outro da sua verdade e essa verdade a partir daí gera um segredo que lhe escapa. Atraí e distraí, absorve e fascina.
Nem toda a sedução tem como objectivo o acto sexual. Mas é exactamente essa sedução, esse jogo entre o homem e a mulher que mais desperta interesse. Tudo parece simples mas todos os pormenores são importantes.
A linguagem corporal é fundamental para canalizar a sedução. Os olhares fixam-se, o sorriso, o toque, a forma como se anda ou dança, são gestos e rituais que funcionam como iman para atrair o desejado/a.
A mulher como sempre é considerada a "rainha-mor" da sedução, desde que Eva levou Adão a comer o fruto proibido...e por isso os dois foram expulsos do Paraíso.










terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Vídeo montagem de "Noivas de Maio"

AMORES PROIBIDOS


"O coração tem razões que a própria razão desconhece..."A célebre frase do matemático Pascal poderia explicar as imensuráveis histórias de amores proibidos que encontramos por aí. São difíceis as respostas quando o assunto envolve os seres humanos...

"Amor" - eu disse - e floriu uma rosa
embalsamando a tarde melodiosa
no canto mais oculto do jardim
mas seu perfume não chegou a mim.

Carlos Drumond de Andrade