domingo, 13 de abril de 2008

EQUADOR - Oficina do Livro (2003)

Angariando os maiores elogios por parte da crítica e dos que escrevem, Miguel Sousa Tavares, através do seu estilo acessível, directo, frontal e cativante criou um fabuloso romance que se debruça sobre o trabalho escravo numa época em que a escravatura se encontra já abolida por lei.

Situando-se nos ínicios do Séc. XX entre Dezembro de 1905 e de Janeiro de 1908, o romance tem como personagem principal, Luis Bernardo Valença, indivíduo solteiro, culto, dandy nos gostos e hábitos que é convidado pelo rei D. Carlos para o cargo de Governador Geral de S. Tomé e Príncipe, tendo a sua nomeação como objectivo convencer a opinião pública inglesa, na pessoa do Cônsul Britânico local que a prosperidade vivida por aquela colónia não se baseava no trabalho escravo mas em mão de obra vinda de Angola. Essencialmente "Equador" procura desmistificar a idéia de "brandura" do colonialismo português, pois imperava uma falta de liberdade prática, uma vez que Portugal nunca assimilou muito bem o final da escravatura nas suas colónias. Os Contratos de Trabalho não passariam de mera formalidade.
Luis Bernardo é em suma um representante do Portugal Novo que se estava a construir na altura, embora não de uma forma organizada, revelando as mudanças mentais que sempre foram o maior desafio do nosso país e que infelizmente apenas uma minoria os aceita.
Paralelamente aos factos históricos e políticos da época, assistimos ao percurso pessoal de Luis Bernardo, aos seus amores e desamores...primeiro com Matilde uma portuguesa bem casada, depois com Ann esposa do Consûl Britânico, mulher dada aos prazeres sensuais da carne com quem vive uma paixão avassaladora e proibida.

Romance de paixoes extremas e convicções fortes e inabaláveis, Equador permite através de Luis Bernardo recriar as misérias e grandezas da alma humana, as suas qualidades e vícios, ambições e receios e as pequenas "estórias" que se escondem por detrás da História.

16 comentários:

Anónimo disse...

Um romance fantástico! Rui Vilhena que o adaptou para tv, terá dito que faria uma fantástica telenovela de época ao estilo de Gabriela Cravo e Canela...

Anónimo disse...

Já li o romance e adorei, espero que a série, escrita pelo Rui Vilhena, correponda às expectativas!!

Anónimo disse...

Acredito que a série vai ser o mais possível fiel ao livro, apesar das histórias paralelas que irão surgir, vai ser muito giro e interessante reviver aquela época!! Se não me engano, o final do livro chega mesmo a mencionar a morte do Rei D.Carlos, que não chega a ler a carta do Lúis Bernardo, que entretanto tb morreu!!!

Anónimo disse...

Quando estava a ler o romance, dei por mim, inúmeras vezes a comparar a vida no ínício do século XX com aquela que vivemos no final do mesmo século, já pensaram nisso?!?
O próprio Rui Vilhena, já afirmou que a série vai ser rigorosamnete fiel à obra, assim espero.....

Anónimo disse...

Esperemos que sim! Quanto tempo teremos que esperar ainda pela primeira novela de época portuguesa?

Anónimo disse...

Vamos a ver se é a TVI que se aventura a fazer a primeira telenovela de época...

Anónimo disse...

Se por acaso for, podia convidar o Marco..

Anónimo disse...

sabemos que a TVI gosta de estar sempre na vanguarda..

Anónimo disse...

Parece que o último romance do MST não é tão bom como este..Disseram-me.. Tenho que ler para ver se é verdade

Anónimo disse...

Não digam que o Miguel Sousa Tavares escritor anda a perder qualidades..

Anónimo disse...

Parece que no seu último romance não trata muito bem as personagens femininas..

Anónimo disse...

Deve ser trauma q o homem tem...

Anónimo disse...

A RTP já produziu a primeira novela de época " Amores Proibidos" em coprodução com o Brasil!

Anónimo disse...

Então essa novela não era só portuguesa..

Anónimo disse...

Esperemos que um dia tenhamos uma novela de época totalmente portuguesa.

Anónimo disse...

Destei o livro Equador. Alias, eu acho que qualquer Santomense nao vai gostar de ler o livro, é um livro mesmo para portugês ler. O livro é chato, pretensioso, sem nada de diferente de mágico, de interessante. As descriçoes de S.tomé como o pior sitio do mundo. A arrogancia da spersonagens, a hiprocresia, nao tive gosto nenhum em ler o livro. Mas podem me acusar de estar a dizer isso só por ser Santomense, mas não, é pela propria história esta gasta, não vi enenhuma articulaçao, nenhum ambiente de romantismo entre o personagem e a linda, fertil e única ilha de S.tomé.