quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Cinema português.

Cinema: uma linguagem moderna de comunicação que seguramente não se esgotará....

Cinema Português

Tudo começou no Porto em 1896 quando Aurélio Paz dos Reis, empresário, iniciou a projecção das 1ªs curtas metragens amadoras, baseadas no fime dos Irmãos Lumiére - A Saída do Pessoal Operário da Fábrica Confiança.
Desde essa época até aos dias de hoje o cinema passou por um percurso irregular e dessassogado, influenciado por conjunturas políticas e sociais e movimentos artísticos e filosóficos.
Os filmes dos anos 30 que ainda hoje passam na Tv, que são tão do agrado do grande público, constituiram um sucesso com Lopes Ribeiro, cineasta do regime, a fazer O Pai Tirano e seu irmão, Ribeirinho, o Pátio das Cantigas. Outros realizadores da época aventuraram-se também neste gênero de filme surgindo assim a Aldeia da Roupa Branca, o Costa do Castelo, A Menina da Rádio. O regime fascista apercebendo-se da importância do cinema como veículo de propaganda da sua ideologia e política, acarinha e protege o cinema. O público acorre ás salas e actores de revista transformam-se em ídolos da maior parte dos portugueses.
Com o 25 de Abril o cinema ganha outra dimensão pela liberdade adquirida que revolucionou as práticas sociais e culturais e pelo papel da RTP na divulgação de obras cinematográficas, particularmente os documentários.
Os anos 80, aclamados como os anos de ouro, são considerados muito profícuos porque com as consequências da revolução dos cravos, o volume das produções aumentou com as suas inovações e diversidade nos conteúdos e formas. Assiste-se a êxitos de bilheteira com filmes como O Lugar do Morto, de António Pedro Vasconcelos, Kilas o Mau da Fita e a Mulher do Próximo de José Fonseca e Costa. Estes êxitos são importantes na afirmação de certos realizadores que defendem um cinema para o grande público como sustentação e sobrevivência do cinema Português.
O modo de fazer cinema provocou grandes cisões entre os que defendem o cinema de autor e os que defendem o cinema comercial.
O novo cinema português influenciado pela nouvelle vague francesa tem preocupações mais estéticas do que políticas. Sobrevaloriza-se a realização em relação á história. Interessa-lhe mais a relação do décor com o personagem e o tratamento da matéria cinematográfica. É um cinema virado essencialmente pelo trabalho dos espaços, os décors, as cores, as matérias, não desejando ser "lido" pela intriga e pelos actores.
Existe um exacerbamento de materiais filmicos em completa ruptura, talvez desejada, de comunicação com o espectador. Recusam o cinema como indústria, contrapondo o cinema como 7ª arte.
Mas esta preocupação com a arte, esta forma de desestruturar o realismo, afastou o grande público com o qual este tipo de filmes tem díficil relação. O espectador mais escolarizado está habituado a um realismo narrativo-dramático, sobretudo devido á esmagadora maioria de filmes que se exibem nas salas de cinema e na televisão. Este divórcio é o calcanhar de Aquiles do universo do cinema português. A resistência e intelectualização do novo cinema criou uma distância entre o público e o cinema. Pois se o 1º concebe o prazer de ver cinema para quem sabe ver e apreciar distanciadamente, o 2º caracteriza-se pelo prazer precedendo o juízo.
Com a mistura de novos gêneros e linguagens, o vídeo e a televisão entram em força no reino do cinema deixando-o no meio de uma encruzilhada.
O público é manipulado pela brejeirice das televisões que lhe condiciona o "gosto". O cinema sofre da concorrência do pequeno écran, concorrência esta de ordem conjuntural e cultural.
No entanto o mundo é composto de mudança e com a era digital, da aproximação do pequeno écran ao grande écran, com a banda-larga e o progresso de novos suportes áudio-visuais, deve-se encarar o futuro com optimismo e confiança.
O fenómeno da globalização é transversal a todo o sector de actividade humana, nomeadamente o cinema, apesar de todas as desvantagens que daí possam resultar, este pode ser estimulante e uma alavanca para que o interesse se desenvolva á volta da indústria cinematográfica. No contexto europeu existem projectos conjuntos e parcerias de know-how que podem catapultar o desenvolvimento do cinema português.

O caminho faz-se caminhando...














31 comentários:

Anónimo disse...

Um tema que é interessantissimo e que dá pano para mangas..
Um longo caminho que o cinema português percorreu..
Giríssimo o contraste entre o primeiro e o último videos escolhidos: Beatriz Costa e Soraia Chaves...Dá que pensar...

Anónimo disse...

Actualmente o cinema português só vinga se os temas forem corrupção ou prostituição, caso contrário ficam na gaveta, como exemplo disso temos " o ùltimo condenado à morte " de Francisco Manso que já nem acredito que vá passar, é pena que assim seja , mas parece que só a nudez vende!!!

Anónimo disse...

Por vezes os temas abordados em cinema seguem um determinado caminho na sequência do que acontece na vida real. O que é certo é que a corrupção está na ordem do dia, basta estarmos atentos à comunicação social e ao que se passa á nossa volta. A prostituição anda de mãos dadas com ela...

Anónimo disse...

Mais uma vez o Blog e as bloguistas estão de parabéns pelo tema escolhido e pelo texto deste tópico!
Penso que o filme "O Último Condenado á Morte "já devia ter estreado.
Deve ser do estilo do "Mistério da Estrada de Sintra " que foi muito bem recebido pelo público, portanto aguardemos!

Anónimo disse...

O cinema português está no bom caminho!Contudo é necessário apostar mais em filmes baseados nos clássicos portugueses!

Anónimo disse...

Não concordo! Ainda falta muito para o cinema português entrar no bom caminho...

Anónimo disse...

E qual é então o bom caminho?

Anónimo disse...

Pela minha parte acho que está no bom caminho, mas devia ter mais apoios para poder competir com os filmes estrangeiros..

Anónimo disse...

Apoios tem o q se pode, m o q n concordo nd é apoiar realizadores q dp só fazem filmes p/ eles e p/ os amigos á custa dos dinheiros públicos q no fundo é de td nós.

Anónimo disse...

Os portugueses são incorrigíveis..fazem sempre um jeitinho aos amigos,dão sempre a volta de modo a que tudo se arranje pelo melhor para os interessados..
Um defeito que vai ser dificil erradicar. Até lá temos ,que gramar...

Anónimo disse...

São necessários mis realizadorea com visão no cinema português!
E mais profissionalismo..

Anónimo disse...

Menos amadorismo e menos palmadinhas nas costas..lol!

Anónimo disse...

E mais um pouco de gosto ..
Já repararam no trailer do filme 20,13???? Não acham que podia estar melhor??? Conseguem entender do que se trata?????
..

Anónimo disse...

Quese passa com o Forum do Marco???
Não consigo entrar...
Alguém já conseguiu entrar hoje????

Anónimo disse...

Não acredito que o Forum tenha sido retirado..
Deve haver algum problema,,

Anónimo disse...

Tb não consigO aceder à página..

Anónimo disse...

Parece que já há Forum outra vez!!!
Ainda bem!!! Não sei o que se passou ontem..

Anónimo disse...

O trailer do filme " O mistério da estrada de Sintra" já está com outro nível!

Anónimo disse...

O trailer do filme " O mistério da estrada de Sintra" já está com outro nível!

Anónimo disse...

E o trailer de Call Girl também...

Anónimo disse...

O Filme 20,13 continua sem saír em DVD...
Assim vai a publicidade ao cinema português..lol..

Anónimo disse...

O Marco , como alferes Gaio fez um grande papel! Foi uma pena este filme não ter tido mais publicidade!
É de saudar o aparecimento de uma nova geração de actores cheia de talento..

Anónimo disse...

É necessário aproveitá-los!

Anónimo disse...

É necessário dar oportunidades a esta geração de tantos talentos!
Não se deve perder esta oportunidade!

Anónimo disse...

Apostem mais em filmes baseados nos clãssicos portugueses, género " O Mistério da Estrada de Sintra" ou em comédias! Os portugueses sempre tiveram uma grande tradição nesse tipo de filmes...Foi talvez a época de ouro do cinema português!

Anónimo disse...

Quase não vimos comédias portuguesas no cinema. É pena, tendo em conta que
os actores portugueses são muito bons nesse género de espectáculo.

Anónimo disse...

Não sei qual a razão porque os realizadores portugueses não se interessam por realizar comédias para o cinema? Talvez obtivessem bons resultados..

Anónimo disse...

Seria deveras interessante que algum realizador português fizesse um remake dos êxitos do cinema português dos anos trinta e quarenta.So´que até agora ninguém se atreveu..

Anónimo disse...

não tou a ver os cineastas portugas
com estofo pra isso...

Anónimo disse...

Ou ainda não se lembraram...

Anónimo disse...

Já viram um remake de " E Tudo o Vento Levou " ou de " Ben Hur"???
Não!!!
Porque são filmes únicos entre os únicos.
O mesmo deve acontecer com os clássicos portugueses, únicos entre únicos.